**Pablo Marçal Expulso de Debate do Grupo Flow Após Agressão entre Membros da Equipe**
- Ney Paixao
- 24 de set. de 2024
- 3 min de leitura
O candidato a prefeito de São Paulo e ex-coach goiano, Pablo Marçal (PRTB), foi expulso do debate realizado pelo Grupo Flow em colaboração com o Grupo Nexo, da Faculdade de Direito da USP. A expulsão ocorreu por desrespeito às regras definidas pelos organizadores ao final do evento, que aconteceu na segunda-feira, 23. Além disso, houve ataques pessoais entre os candidatos e suas equipes antes, durante e depois do debate. Insultos, xingamentos, apelidos depreciativos e ofensas estavam proibidos, e qualquer infração às regras resultaria em advertências, com a expulsão do candidato em caso de três advertências. Marçal usou apelidos para se referir a Nunes, afirmando que ele seria preso em um eventual governo do ex-coach. O goiano recebeu múltiplas advertências antes de ser expulso.
“Tomei três advertências em uma fala”, declarou Marçal. “Essa é a minha indignação como cidadão; não faz sentido. Usei meu tempo, fui advertido e segui as regras. O mediador, Carlos Tramontina, poderia ter me advertido após eu terminar de falar, e ele mesmo verbalizou isso. Por que usar esse último momento? O último momento é meu, veio do sorteio”, finalizou.
Ao mesmo tempo, Duda Lima, marqueteiro da campanha de Ricardo Nunes (MDB), levou um soco de Nahuel Medina, videomaker de Marçal. O marqueteiro do atual prefeito ficou com o rosto ensanguentado e foi ao hospital devido a tonturas, após uma passagem pela delegacia. Tanto Lima quanto Medina foram levados ao 16º DP. Nunes também foi à delegacia para acompanhar o marqueteiro.
Segundo membros da equipe de Pablo Marçal, Duda Lima teria rido quando o mediador advertiu Marçal, o que gerou um clima de desconforto. Um vídeo gravado pelo próprio Nahuel Medina mostra os dois assessores trocando provocações. Em seguida, outro registro capturou o momento em que Medina, visivelmente alterado, desferiu um soco em Duda, que estava conversando com outras pessoas.
“Condeno totalmente a atitude do marqueteiro [Duda Lima], que recebe milhões, contra um membro da minha equipe. Não era proibido gravar dentro do estúdio”, afirmou Marçal.
O mediador, Carlos Tramontina, contradisse Marçal, afirmando que a gravação dentro do estúdio não era permitida. Ele destacou que a expulsão de Marçal se deu por desrespeito ao regulamento, que era “igual para todos”. “Ele foi eliminado após um bate-boca”, disse Tramontina. “Lamento que tivemos apenas quatro pedidos de direito de resposta, e apenas um foi aceito.”
Ricardo Nunes também se pronunciou sobre o incidente: “É lamentável, nunca presenciei algo nesse nível. O soco foi desferido com uma força absurda.” Medina permaneceu detido na delegacia até que Lima retornasse do hospital. Ambos prestaram depoimento e foram liberados. Tassio Renan, advogado de Marçal e coordenador jurídico da campanha, afirmou que o ato de Medina foi de “legítima defesa”, alegando que Lima teria arranhado o peito de Medina antes do soco. Renan anunciou que um boletim de ocorrência será registrado contra o marqueteiro e que um exame de corpo de delito será realizado.
Antes do debate, Marçal chamou Nunes de “Tchutchuca do PCC” e “ladrão de merenda”, além de ter insinuado que “em 2025 você vai estar na cadeia”. O atual prefeito de São Paulo respondeu chamando Marçal de “condenadinho” e disse que ele “está roubando até apelido”. O debate, que durou cerca de duas horas, foi dividido em três blocos de perguntas e respostas, seguidos pelas considerações finais dos candidatos, sob a mediação do experiente jornalista Carlos Tramontina.
Durante o evento, foram feitos quatro pedidos de direito de resposta, sendo três por Boulos, Datena e Marçal, mas apenas o pedido de Marçal foi aceito.
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